Medíocres e Patéticas Pessoas

Medíocres e Patéticas Pessoas

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Espero que depois da tempestade, venha a bonança


Depois do que tenho passado, ainda estive a semana passada no limbo entre a vida e a morte. Por sorte ou por mão divina, ou pelo que seja, ainda cá fiquei. 

O tempo que estive no hospital a lutar por ficar melhor, era suposto ser a minha semana com os miúdos. Em nenhum dos dias, deixaram os miúdos visitarem a mãe. E não foram os médicos. Mas não interessa. Eu sobrevivi e pude e posso estar com eles, fora do hospital. Eu tenho notado que desde que terminei a minha relação com o progenitor dos meus filhos, a relação com os pequenos (bem o Diogo já está maior que eu, e a calçar o 41 e meio, mas não vai deixar de ser o meu pequeno, ou como eu o chamo o "meu pequeno maior") tem-se fortalecido. Porque eu voltei a ser eu. Deixei de ter medo, sou mais independente, lutadora, forte, mais activa na vida deles e eles notam que a mãe já não é nenhum fantoche e gostam do que vêm :). 

Mas eles, como normal, assustaram-se pela mãe estar doente no hospital. E pediram para ficar mais uns dias comigo. Depois de muito drama e emails ofensivos, lá puderam ficar até hoje. 

Não sei se foi o medo da parte deles, ou a falta que sentiram de estar comigo nesta semana, houve mais perguntas sobre mim, sobre outras coisas que não vou falar aqui... 

Uma das perguntas foi sobre meu pai. Já tinham feito perguntas sobre ele, mas coisas mais simples. Mas hoje foi um interesse maior. Como ele era comigo. Como ele brincava comigo. Como ele me tratava. Se ele me proibia muita coisa, ou era mais aberto. Não sei se para compararem com o pai deles, ou se para saberem mais de nós. 

Sei que isso me levou ao passado. Ao falar dele, volto a ter saudades daquela relação que muitos têm com os pais, eu sei, mas para cada um de nós, quando a relação é boa, parece sempre a melhor do mundo (e que eu não posso voltar a ter). Especialmente quando não temos mais essa pessoa por perto. E a minha relação com o meu pai era a melhor do mundo. Na minha mente era a única que fazia sentido na minha vida até há algum tempo. Agora percebo que ele não me deixou sozinha. Ele sabia que eu ficaria bem. Demorou muito tempo mas sim, eu agora percebo que estou bem. Voltaremos a isto mais à frente. 

Senti um orgulho enorme a falar do meu pai. Um homem com H grande. Amigo, fiel, bom marido, excelente pai, preocupado com o bem estar de quem amava e com muitos amigos. O funeral mostrou isso. também lá estiveram pessoas que não interessavam, mas bom.. isso são pormenores. E não irei divagar sobre isso agora. 

Seja como for, fiquei de peito cheio a falar do meu pai, das minhas memórias com ele que guardo comigo. Foi um espetáculo sentir o interesse dos miúdos nele e eu falar dele assim. 

Depois deixei-os em casa do progenitor e vim para casa a pensar. 

Certo cometi erros que me marcaram e marcarão para vida. Mas nem tudo foi mau. Tenho dois filhos espetaculares que amo e farei de tudo para os proteger contra tudo e todos. E estarei sempre aqui para e por eles. Mas apesar de tudo o que fiz de mal na vida, que digamos não foi só a má escolha de parceiro, eu sou boa pessoa. O que ele foi  como pessoa, o que aprendi dele e da minha mãe, começa a ter efeito na minha mente agora. Agora que volto a ser eu. E senti-me feliz, como já não sentia há muito tempo. 

Porquê? simples... Porque sei que se ele fosse vivo, estaria feliz e orgulhoso da mulher que, apesar de todas as dificuldades que tive na vida, me tornei. Eu não acredito na vida após a morte, pois para mim não faz muito sentido Deus, um ser tao bom, nos tirar deste mundo para pairarmos no ar e não termos o merecido descanso. Mas se ele fosse vivo, eu sei e sinto-o cada vez mais que estaria orgulhoso na mulher que me tornei. Na mãe que sou. Na profissional que me tornei e aprendi a ser. Na lutadora que me tornei. Na força que tenho. No facto de como não perdi o amor. Amor à vida, amor às pessoas que me fazem bem. No amor que tenho de ser feliz. Na minha forma de ver a vida em forma de brincadeira. Mais leve. De por muita dor que tenha passado e de me ter perdido em muitos momentos, nunca ter perdido a maneira de ver o mundo. Com positivismo. Com alegria. De tentar sempre fazer os outros sorrir, mesmo quando a situação só deixa lagrimas. De mesmo depois de tudo não perder a fé de que há mais boas pessoas no mundo. De que não importa o mal que me façam, eu sempre vou fazer o bem. 

Eu estive quase a morrer no hospital e não me fechei em mim. Ajudei quem precisou. Não porque queria algo em troca, mas porque sou assim. Eu estou mal, mas se posso, vou sempre facilitar a vida aos outros. E sinto-me bem com isso. eu ajudei no que pude em traduzir e criei uma ligação especial com uma senhora de 64 anos que tinha o cérebro de alguém com demência. Gostaria muito de a voltar a visitar, deixe o meu numero de telefone com os filhos, mas se não me contactarem não a vou poder voltar a ver. O que me fez pensar em voluntariado. Veremos no que isso se vai traduzir no futuro, porque este país é tão complicado que até para fazer voluntariado parece ser preciso um curso.. Mas veremos. espero ver a D. Maria. A outra amiga que fiz, será mais fácil por o mundo ser pequeno e ela viver perto de mim e eu ter ficado com o numero dela.  :)

Seja como for. Foi isso que os meus pais me mostraram. Ser amiga, ajudar quem precisa, por muito mal que eu esteja, sem querer nada em retorno. só porque isso me faz sentir bem. Porque sei que se eu estivesse na mesma situação, eu gostaria de ter alguém que me fizesse o mesmo. Porque sei que num mundo tão corrupto, ser bom é o único que pode realmente fazer a diferença. 

Desta forma, eu sei que o meu pai, apesar de tantas más escolhas que fiz na vida e poderei fazer, os princípios estão ca e foram sempre o que me fizeram sobreviver até agora, por muito que muitas pessoas me tentem derrubar e me tornar numa má pessoa. Isso nunca irá acontecer. Eu sinto-me bem naquilo que me transformei ao longo dos tempos. E não me importa o que falem de mim, o que me julguem. O importante é que sei, que meu pai se fosse vivo iria ter orgulho em mim e nele próprio por ter tido a influencia dele na minha personalidade, que muitos gostam, ao contrario do que me fizeram acreditar nestes últimos tempos. 

E como ja referi antes se sou um muro, sou pelo que me fizeram ser. Tanto pelos princípios que me incutiram, tanto pelo que a vida me obrigou a ser. E sinto-me orgulhosa. Porque muitas outras pessoas deixariam de perder o amor a vida, o amor a ela própria. O amor a tudo e a ser brincalhona para lutar com o mal dos tempos actuais. 

Mas ninguém conseguiu. Se deus nao me tirou eternamente o amor a vida, quando perdi o meu pai e os meus avos da forma que foi em um ano, nao sera um homem sem caracter e cobarde que o ira fazer agora. 

Eu sou eu de novo. E não ha melhor sensação que essa. Ser eu. Não o ser livre. Não ser despreocupada. Mas Ser eu. Ver o lado positivo em tudo na vida, a sonhar, a desejar mais do que a vida me poderia oferecer e agarrar-me a isso para poder lidar e lutar com o mal que a vida te oferece!

Obrigada seja a quem for por me dares esta vontade e força, que ate agora muita coisa abalou, mas nada conseguiu apagar!  

Obrigada ao meu pai, o meu muro, aos meus avós, que me cuidaram, à minha mãe que me tem apoiado, aconselhado e incentivado, e sofrido por vezes comigo à distância, à minha irmã, por corresponder ao papel de irmã mais velha, sem nunca exigir nada em troca, só porque sim! Aos meus amigos que me têm dado força para continuar a ser quem sou e que me dão vontade de continuar a ser assim e a tentar da minha forma ser o mais feliz que posso.

E aqui fica o meu post. Com um, pai ainda não foi desta que nos encontramos. De certeza que não me querias ver já. ;)

Obrigada por teres me deixado de exemplo a tua maneira de estar, a tua força e forma de veres a vida e estares com os outros, que me parece ter sido um remédio melhor, do que o que o Dr House poderia ter descoberto! :) 


Para tua sempre,

Calica




segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Um ano passou, uma nova vida recomeçou


Muito aconteceu desde a ultima vez que escrevi escondida para este blogue. Mas porque não recapitular?

Resumindo, durante 16 anos vivo num mundo à parte do meu corpo. Fui expulsa de mim mesma para agradar a outros. Pelo menos é o que sinto agora que olho para trás no tempo. 

Começou-se por colocar o meu eu num pedestal. Tudo era perfeito. Eu era perfeita. Depois vem a dependência. E a imposição da ideia de que o meu eu sem o outro não se consegue defender, não consegue ser amado, não tem força... Aos poucos a redução do meu eu, até este ser expulso de mim. O meu eu passa a ser reduzido, criticado por tudo. Melhor mesmo é alterá-lo, para ser mais agradável. Mas nunca será suficiente. Primeiro, para os demais. Porque ninguém nunca o vai amar como o outro. Posteriormente, serão encontrados cada vez mais defeitos a ser corrigidos, pois senão nem ele já consegue amar o meu eu... Ou tudo muda, ou o eu fica sozinho. Afinal, familia e amigos ja se começam a dissipar. Porque o meu novo eu os vai afastando, com medo de perder o amor perfeito. Por medo. Por vergonha. Pelo que fosse. 

Então, o jogo está, neste momento tão avançado, que mais vale continuar a jogar. Depois do casamento, filhos. Nas fotografias tudo perfeito. Onde ninguém conseguia ver, a história era diferente. E quem conseguia ver alguma coisa à distância e tentava de alguma forma alertar, era considerado inimigo a abater. 

Nesse processo entre eus, fiquei doente. não sabia mais quem era o meu eu, o que tinha desaparecido, ou o que tinha sido criado agora para beneficio de outros. A luta contra mim própria foi forte e perigosa por vezes. Mas foi necessária. Foi preciso chegar ao fundo do poço para subir ancorada pelo meu eu que tinha desaparecido, agora mais forte e melhorado. 

E agora estou onde estou. Ainda numa luta, mas já não comigo própria. Agora sei quem sou. O que defendo, o que acredito. Os meus limites e as minhas fronteiras. O que quero na minha vida. Quem eu quero na minha vida, à minha mesa, como se costuma dizer. Primeiro de tudo os meus filhos. Serei sempre o porto de abrigo deles. Primeiro mãe, mas certamente amiga. Que os quer ver crescer como bons homens. E tudo fará para isso. Lutando contra tudo e todos, não importando quem e como. Uma mistura de Leão e Lobo. Que devora os mesquinhos e maus que se cruzem no nosso caminho, sejam eles quem forem. 

Recuperei-me. Apaixonada pela vida e pelos meus que dela fazem parte. Familia e amigos, que me mostraram o que é ser muro. Que independentemente da distância a que estão de mim, eu não estou sózinha. E que me tornam ainda mais forte do que sou. Quem seria eu sem os que perto me ajudam. Me visitam. Me apoiam. Me ajudam. E sem as video chamadas com a mãe e irmã. Com primos e amigos. Sem os chats de apoio de amigas que pensei nunca mais me falarem. 

E sabem qual a melhor parte disto tudo? A liberdade sim. O respirar de novo, também. Ser genuína, sem ter de me esconder, sem duvida. Mas a surpresa do outro que achava que nos controlava para sempre. Porque enquanto nós no fundo o conhecemos, ele não sabe mais quem somos. Porque nunca perdeu tempo a nos conhecer e aceitar, mas sim a nos mudar para o que ele queria. E agora o jogo vira. E por muito terrível que sejam e continuem a massacrar. Já não têm o mesmo efeito sobre nós. E essa é a minha vitoria. 

Apesar das dificuldades económicas. De 2023 ter sido o ano que tive de recomeçar a minha vida com quase 40 anos. Apesar do que os meus filhos estão a passar. O ano 2023 e o de 2024 sera a continuação, tem sabor a vitoria. Ele não ganhou. Nem o meu eu alterado e perdido. O meu eu que andava perdido, voltou. E com uma garra e sede... que nunca sentiu na vida! A minha menina sonhadora, optimista, com um olhar positivo na vida, dona de si, aventureira, divertida, extrovertida, pronta para a festa e para fazer todos felizes à sua volta, amiga de quem é seu/sua amigo/a, protectora, boa mãe, amiga, confidente, mulher, sem medos nem tabus, fiel aos que ama e acima de tudo a si mesma e no que acredita. Essa menina, esse EU -->  GANHOU!!

Por isso, não... A violência domestica física e psicológica, não acontece só aos outros. Não existe só em casa de pessoas pobres, com pouca formação escolar. Acontece mesmo a quem sempre se perguntava: "como é que uma mulher pode aguentar viver tantos anos com uma pessoa nestas condições? E ainda mais dizendo que é pelos filhos... Como se fosse possível?". Acontece com ricos, pobres, brancos, pretos, amarelos, homens e mulheres, ou entre mulheres e homens, ou entre relações do mesmo sexo. Sejam eles iletrados ou com doutoramentos. 

A minha avó sempre me disse: O peixe também morre pela boca... 

Cuidado com o que se diz e o que se acha e acredita. Porque a realidade de cada um, só Ele é que sabe.

Portanto quando o casal parece perfeito, muitas vezes é, mas outras, as mazelas estão no cérebro, estão tapadas com maquilhagem, com fotografias nas redes sociais tiradas segundos antes ou depois de atitudes de opressão, controle, manipulação, ou de violência seja ela psíquica ou física. 

E no meu caso, foi preciso ter de afundar no poço e bater mesmo de cabeça para perceber que a minha única hipótese era subir de uma vez, mas com glamour e reconquistar a minha vida e a dos meus filhos de volta!

Ja fui a Italia, a um concerto sozinha, até no trabalho já consigo estabelecer limites e mostrar quem sou. Quando tenho pessoas em casa ou vou a festas, sou eu sem medo e as pessoas tendem a gostar ainda mais de mim. Já não tenho medo se que vou dizer será motivo de discussão quando chegar a casa ou ao carro. Ah, já tenho carro e conduzo! Recebo visitas em minha casa de Portugal! O mundo abriu-se para mim. Não, melhor. EU abri-me de novo para o mundo! Apesar das dificuldades financeiras, de quem começou tudo do zero... vale tudo a pena.

Portanto o meu Blogue está oficialmente reaberto e agora sem medo do que seja escrito, ter de ser apagado ou reeditado. Ou com falsas verdades, para ir de agrado a quem me permitia escrever, rangendo os dentes nas entrelinhas. 

Agora? Como vai ser? Eu não sei, mas ninguém nunca sabe, mesmo quando se tem uma relação, ou na6o. A diferença, é que agora sou eu que tenho o controlo. Ninguém nunca sabe o que o dia de amanhã traz. Mas pelo menos, agora sou eu que decido o caminho que me leva até lá.



quarta-feira, janeiro 04, 2023

Dias maus, dias bons e dias meus

Num dia mau falo mal pro meu marido. Só que todos estão contra mim e que me tenho de defender de todos. Deixo de estar em mim e não sei como arranjo dinheiro para ir comprar álcool. Coisa que quando estou normal não necessito… mas pelos vistos em fase de evil eve isso surge. 
O que penso é que o meu inconsciente se lembra da sensação de dormência que o álcool traz. Parece que o real não é real. Deve ser isso que me atrai quando estou assim. Agora porque surge… não sei…
Dias maus eu corto-me e tento cortar-me com mais força nos pulsos sem sucesso, ou tomo remédio que não me consigo levantar no dia seguinte.
Dias maus são cheios de psicoses e pensamentos suicidas, que me levam até ao internamento em clínicas.
Na primeira nem conseguia dormir. No dia que fui internada houve logo um que atirou sofás e tudo e tentou fugir… nessa noite houve um que chegou e achou que eu era a solução dos problemas. E outra que achou que eu era o demo e perseguiu-me o tempo que la estive…
Na segunda leva, pessoas mais deprimidas, não saiam do quarto, cortadas nos braços e em todo o lado mas cortes fortes não como os meus, outra que partiu a cabine telefónica, outra que vi com o colete de forças as tantas da noite…
Em ambas médicos e enfermeiros que olhavam pra nós como se fôssemos deficientes. Não, doença mental não é como doença normal ainda…
Terceira e última ronda. Outro hospital. 
Médicos e enfermeiros super simpáticos .
Que olhavam pra nós como gente… 
Mas….
Um gritava que era Deus e o Diabo num só. Que via corpos pendurados e escolheram-no como Deus. Outra que roubava tudo o que via e só inventava histórias malucas e totalmente mentira. Um que tinha a ilusão que era um super herói. Outra que passava o tempo todo a fazer barulhos esquisitos. Outra que não comia e cantava nos corredores assim que pudesse. E a lista continua.
Eu estou mal e estava mal. Mas em nenhum sítio me senti bem.
O vício do tabaco voltou. Com tanta confusão e medo só me apetecia fumar. Algo que era contra o Milton e deu pano para muitas discussões …
Entretanto surge o álcool não sei de onde nem como, mas surge…
Fora das clínicas.
E tem sido o meu calcanhar de Aquiles !…. Sem que eu possa controlar …
Em estado disassociativo lá vou eu. E la faço eu asneira. Depois vem a negação, nego tudo, grito  e trato mal o meu marido…
Bem dito seja que tem aturado tanto de mim e não me deixou ainda. Mesmo que eu já por vezes tenha dito que seria melhor eu desistir…
Estar numa clínica é ou foi para mim mais deprimente que estar em casa. A única coisa boa é que não cozinhava nem limpava nada. Mas preferia estar saudável e não ter sido diagnosticada com distúrbio esquizoafectivo … preferia ser eu… e não ter de lutar contra a evil eve…

sexta-feira, dezembro 02, 2022

Nao, não estou bem… mas não há muitos que queiram saber

 O ano passado entre clínicas psiquiátricas, que digo-vos não é um sítio que deseje a alguém…. Fui diagnosticada com vejam lá o nome tao chique… distúrbio esquizoafectivo… uma doença cronológica rara. Não há quase informação nenhuma na internet… sim já procurei. Faço tratamento medicinal e psicoterapeuta. Mas não está a melhorar. As psicoses aparecem de vez em quando. Os sons de algo que não existem continuam… 

Fala-se em aumentar a dose… fui fazer exames para ver se dava. 

Mas eu ainda tenho para além disso tudo… episódios disasssociattivos onde eu meti a mão num alguidar de vinho e la fico… quando isso é prejudicial pra tudo. O meu fígado e a minha condição mental…. 

E perguntam vocês… quem quer que seja que leia isto… não deve ser assim tanta gente… o que é um distúrbio esquizoafectivo? Bem e nem menos nem mais que uma mistura de esquizofrenia e bipolaridade. Uma doença crónica está, e mais complicada que a própria esquizofrenia….

Wow calhou-me a lotaria. Só que não entendo bem como funciona para buscar o prémio…. Continuo a ter psicoses e a fazer coisas que não me lembro e não quero fazer mas continuo a fazer… continuo a maltratar o meu marido que é o único apoio que tenho tido… tenho medo de fazer alguma coisa contra ele e contra os meus filhos.



Tenho uma família maravilhosa que estou a prejudicar, a maltratar, a negligenciar, a por em risco por estarem perto de mim, mesmo que eu assim não queira…

Em busca de um novo psiquiatra e de novos tratamentos mesmo que experimentais….

A ver se surge algo….

Está sou eu agora…

Mulher mae frágil, a lutar e com distúrbio esquizoafectivo. A precisar de ajuda urgentemente…

Noutro Post explicarei como é viver numa clinica Psiquiatrica… que o amor nos salve que a cabeça já não consegue… 


quarta-feira, janeiro 30, 2019

Estou bem, obrigada!

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Durante o dia, conforme nos cruzamos com as pessoas, vamos escutando: "Olá então tudo bem?"
E todas as vezes que nos perguntam isso respondemos: "Sim está tudo bem!" e a conversa fica mais ou menos por aqui e cada um segue a sua vida sem realmente saber o que a outra pessoa esconde por trás do "Estou bem"...

Por vezes, quem diz que está bem, não está... Mas não tem vontade ou vagar, ou até mesmo confiança para dizer... "Não estou bem... Ando triste, ou sinto-me sózinho... perdido..."
Por vezes, até mesmo com pessoas de confiança, não se tem vontade de dizer que não nos sentimos bem, para não incomodar. Ou porque já desabafámos demais e não queremos estar sempre a chatear ou a dar a entender que somos fracos e dependentes sempre do que os outros nos dizem e nos apoiam ou não...

Eu preciso de desabafar. Sou a minha vítima preferida. Gosto de contar as coisas e as vezes só consigo ver o meu lado. E quanto mais deprimida estou, mais o mundo anda contra mim e a controlar-me. Mas na realidade sou eu que estou contra mim própria e aprendi isso recentemente a meu próprio custo... Eu sinto-me mal com algumas coisas que vivo, mas eu própria também causo isso nos outros e nem sempre me apercebo.
Por isso decidi que vou ouvir mais e falar menos.

Não importa como me sinto. Se bem ou mal. Mas não vou falar disso. Para quê? Não resolve nada... Só piora.. então vou guardar tudo para mim e ouvir só o que os outros têm a dizer. Eu até me achava uma pessoa inteligente, mas não sei se é por fazer algo que não gosto, se por não dormir, se pelo stress do dia a dia, se pela idade ou se por tudo junto... sinto-me cada vez mais burra e provo isso constantemente assim que acordo todos os dias... Não há dia que passe que não cometa uma ou mais asneiras. Que numa distração me engane e o pior é que sempre a pensar que estou a fazer bem... Isso é de uma pessoa burra.. portanto não é preciso ninguém me dizer... Eu sei e assumo.. Sou burra!

O que implica que as pessoas que eu acho burras... cuidado.. porque vocês ainda são piores que isso... Mas com a falta de neurónios, não se vão aperceber que falo de vocês... Também, não têm como... Nunca ninguém lê o meu Blog de qualquer forma... Mais uma amostra de que eu não sirvo mesmo pra nada! ahahahah Escrevo numa página para mim própria! Só eu mesmo!

Mais vale então ficar de boca fechada. E evitar fazer grandes coisas... Porque vou acabar por fazer mal... Assim minha gente, passaram agora a ter aqui uma ouvinte... Podem contar tudo. Eu ouço, não julgo e não repito a ninguém. Podem ate me ofender! Eu ouço e não falo! A minha boca tornou-se literalmente um túmulo.

Vou deixar de dar opiniões, porque o que eu tomava como certo, sai sempre tudo errado... assim nem isso já digo nada! Mas quando passarem por mim e eu perguntar tudo bem? Eu quero a resposta verdadeira. Não só para me calar...

Porque eu se pergunto, quero mesmo saber. Quando eu passo e só digo olá... então é porque não me interessa saber e aí também não irei perguntar.

Quanto ao facto de me sentir sózinha, pesa eu não viver no meu país... pesa o apoio familiar e de amigos fora as nossas 4 paredes ser reduzido e/ou quase sem motivação. A distância é tramada. E a falta de respeito também... A falta de interesse também... Tem piada que quando somos precisos, somos recordados... Mas quando nós precisamos raramente alguma mão se estende... E quando se estende uma mão, depois exigem-nos o couro logo a seguir... Enfim... O mundo anda meio estranho... E eu então decidi que vou deixar de andar atrás... Porque tenho de ser sempre eu a pensar em convidar este ou aquele para tomar cafe, ir passear, fazer alguma actividade... É raro alguém querer passar tempo connosco... Ou temos de nos fazer meios de convidados ou convidarmos nós... Chateia um pouco isso... Assim.. vou dar paz e espaço aos outros...

Os que realmente quiserem saber se estamos bem, que perguntem e venham ter connosco... Não pensem que os telemóveis só têm o modo de receber chamadas ou responder mensagens. Dá para envio e chamar....


E pronto com tudo isto já divaguei mais do que o pretendido.... E por aqui me fico...

Olá, então? Tudo bem?

quinta-feira, novembro 22, 2018

O meu eu fora do meu país


Quando regresso a "casa" sou confrontada com a ideia do que realmente significa estar longe.
 Não que não pense nisso enquanto estou fora, mas a realidade bate-me na cara ao vivo e a cores quando ponho os meus pés na minha terra. 

Estar noutro país, não é o mesmo que mudar de cidade. As pessoas certamente também não se vêm com a mesma regularidade, porque cada um tem a sua vida. Mas não é a mesma coisa perder o contacto visual e acrescentando a isso, sair da sua cultura. Por muito diferentes que as cidades portuguesas sejam, a cultura é a mesma. A língua é a mesma. 

E é mais fácil pegar no carro umas horas para visitar um familiar, ir a um casamento, jantar com amigos, do que pegar no avião (quando se tem disponibilidade financeira e de tempo), ou num carro para fazer dias de viagem, para os mesmos efeitos, estando noutro país. Especialmente se esse país tem dos aeroportos mais caros do mundo e não houver assim tantas viagens low cost e a opção mais em conta é mesmo ir de carro (não, não fazemos rios de dinheiro... aqui também se contam os tostões, sem passar fome, mas não há nenhuma árvore das patacas no quintal)... 

E ver as pessoas uma vez por mês ou de dois em dois meses, não é o mesmo que ver os amigos de ano a ano e por umas horas, porque é tanta gente para visitar e queremos estar com todos... E em vez de se passar horas ou dias com os amigos, passamos uns momentos rápidos. Alguns parece até que nem chega a mais de um olá e até pro ano...

Quando regresso a "casa", vejo que já não tenho a "casa" que deixei. Que os amigos também cresceram e envelheceram. Que cada um criou a sua família e a sua vida e não esperam pelo meu regresso da mesma forma como eu anseio por isso. Que na correria da vida deles, eles também terão de fazer férias e a vida deles não pára, só porque eu regresso. Uns porque tiram férias e vão para outros sítios, outros porque tiram férias noutras alturas e estão a trabalhar...

Quando se sai do país o tempo não pára num sitio e evolui noutro. Assim, com o tempo até nos podemos sentir mais integrados no país de acolhimento, mas nunca seremos de lá. Aqui onde estou, basta o nome ser diferente, mesmo tendo nacionalidade de cá ou nascendo cá, será sempre estrangeiro... Portanto, por muito grata que esteja de ter trabalho aqui, que nunca consegui no meu país, não posso sentir-me totalmente agradecida, pois fazem questão de me mostrar a todo o tempo a sorte que tenho e quanto eu não sou de cá!

Ao mesmo tempo, quando abandonamos a nossa "casa", ela deixa de ser nossa... Passa a ser um local onde viveremos um mês ou dois por ano, por empréstimo. Mesmo que a casa fisicamente seja nossa. Ela passa o tempo todo vazio à nossa espera e finalmente quando ela se habitua a nós, temos de vir embora. E o mesmo com os nossos amigos e familiares. Quando finalmente eles têm tempo para nós. Quando finalmente se habituam a ter uns minutos para café connosco, temos de ir embora... Sair, mesmo que não tendo desistido do mau país, mas apenas não tive outra hipótese, fez com que também já não me possa sentir mesmo de Portugal. Porque a minha realidade, mesmo que sem grande vontade, não é lá. É aqui, onde vivo...

O estar longe implica tudo isso e mais. Quando se decide criar família fora do nosso país acrescem outras complicações.
A visão de regresso ao país de origem começa a tornar-se menos clara. O desejo de regressar pode vir a ser bloqueado pelo futuro dos nossos filhos. Para além disso, como pais temos de ver anualmente os nossos filhos sentirem-se felizes perto da família e esse brilho desaparecer com o regresso ao país de acolhimento, que no caso deles já vêm como casa. 

Todos os anos temos de impor aos nossos filhos férias no mesmo país. E, na maioria dos casos, uma viagem de horas de carro, onde acabamos nós pais por perder a paciência com tantos "Já chegámos?; Estamos em que país?; Quando chegamos? Quantas horas faltam? Preciso de ir a casa de banho; Estou farto de ir sentado"... e por aí fora... perdemos a paciência mas sabemos que não podemos gritar nem reclamar, pois eles não escolheram emigrar, porque não é por causa deles que vamos tanta hora de carro e porque eles é que no fundo têm sempre paciência para nos aturar com estas férias. 

Junto a tudo isto vem: ter um filho num país que não é o nosso e que eventualmente será o do nosso filho. Consequências? Muitas, começando logo com a gravidez. No segundo filho já não foi tão complicado, por eu já ter aprendido a língua. Mas o primeiro... 

Antes de tudo encontrar um médico que fale a nossa língua. Ou inglês pelo menos. Depois rezar para que ele seja bom. O que não aconteceu no meu caso. Procurar um segundo médico que era bom, mas não falava inglês. Ter de levar sempre o marido que já falava melhor e dizer sempre que sim a tudo com a cabeça, sem perceber nada!

Depois na maternidade. O parto... já é dificil em português com tanta dor. Imagine-se num sitio onde falam alemão e alguns lá se esforçam para o inglês (o segundo parto, já foi outra realidade, tendo aprendido mais a lingua tornou-se mais fácil, mas mesmo assim com as dores houve momentos em que falei estilo "eu ser Jane") A sorte é puder dizer asneiras em portugues que ninguem entende! :)  

Depois a parte seguinte. O regresso a casa. Onde estão os avós? Os tios? Os primos, os amigos... Nada... Só nós... Estamos a falar do primeiro filho. Bom, como qualquer mãe, tenta-se fazer o melhor e ir aprendendo com os filhos. Mas no nosso caso, depois quando precisamos de chorar no colo da mãe, ou repartir noites mal dormidas, não há disso... Aguentar a coisa e chorar no colo da almofada! E pedir conselhos via skype, sempre sorrindo e entre olheiras dizer que está tudo bem!

Aliás essa é a forma como os nossos filhos desde pequenos aprendem a conhecer os restantes membros da família Skype, Messenger, Whatsapp: Os parentes moram nos telemóveis, computadores e nos tablets. Não todos, pois as novas tecnologias não chegam a casa de todos, nem a todas a gerações! Por isso alguns só mesmo de ano a ano!.... E lá terão de se contentar com isso. E com as histórias que lhes contamos, porque os nossos filhos já vivem outras realidades, sem essas pessoas das histórias incluidas diariamente ou semanalmente nas suas vidas. 

E depois os filhos vão crescendo. A vida deles começa a ganhar raízes num país que não é o nosso. Os amigos deles estão todos aqui. Tal como os nossos estão na ponta da Europa. E estudam aqui. Falam melhor a língua que utilizam na escola, do que a de casa. E a realidade deles é onde cresceram, não onde é divertido passar férias. Por muito que gostem das férias, não é a casa deles. É a nossa e, com o tempo, acabamos por não nos sentir no direito de os obrigar a ir para um país que os acolherá de braços abertos, mas não é o deles. Não podemos obrigá-los a fazer o que nós fizemos e o que nos custou. Então eles crescem aqui, estudam aqui e provavelmente não vão partilhar do desejo de voltar a Portugal, porque eles não voltam, uma vez que não foi de lá que eles saíram! 
E se assim for, namoram e acabam eventualmente por casar aqui. E os pais, caso decidam mesmo isso, acabam por regressar, mas será que depois vale a pena? Quem vai estar à nossa espera? E compensa deixar cá quem nós criámos? Esta é depois a grande questão final da vida de um emigrante... regressar como sempre se desejou, ou continuar onde o coração não mora?Tudo porque nosso coração irá certamente continuar incompleto, agora não por estar no país que tanto se ama, mas pelos filhos que valem a nossa vida terem ficado no país deles que não é o nosso....

Portanto, um emigrante terá um vazio eterno... Por não sermos de nenhum lado e em lado algum nos sentirmos completos... Nem no futuro seremos de onde regressamos, nem de onde partimos... 



Por todo o lado já começo a ouvir falar em férias de Natal e planos para regressar à terrinha... Eu por cá ficarei... como praticamente todos os anos... este ano, não vai ser possível chegar espampanante com as minhas lantejoulas e o meu carro de luxo à terrinha! Não vou poder causar inveja, com os rios de dinheiro que ganho no estrangeiro a lavar casas de banho, que era algo que eu jamais faria no meu país. E não vou poder levar a minha mala louis viton à praça no Sábado, que comprei porque passo fome na Suíça.... #ironia
Portanto vou ter mesmo de ficar por aqui, porque o dinheiro não chega para tudo e quando se investe no futuro, há coisas que têm de perder prioridade. E certamente não passo fome por isso! 🤪😁 Além de que normalmente eu já não costumo ir nesta época para poder poupar os meus trocos e dias de férias, para aproveitar melhor no verão, senão o tempo ainda passa mais rápido (visto que eu só tenho por ano 4 semanas de férias, do meu trabalho que em nada tem a ver com limpezas). E ir de carro (que não é nada luxuoso, mas sim de família) por uma semana, seria tempo perdido.
Depois há sempre a questão dos cães, que não me permite ir a qualquer lado quando me apetece de avião.
E portanto vou ter mesmo de continuar por cá com a minha mochila sem marca a lutar contra o frio que se sente por cá! eheheheh
Sim, é verdade; nem todos os emigrantes são iguais!
Bons preparativos para as férias de quem vai e para as festas de quem fica, sejam vocês lantejouleiros ou não!! 🤣🤣🤣😂😍😍😘#bemhajaatodos #christmastime #nãosejammazinhospranóis 😁

domingo, julho 15, 2018

O que se sente nem sempre pode ser dito

Tenho pena que as coisas tenham chegado a este ponto. Mas realmente não posso, nem quero fazer nada para alterar o ódio que sentem de mim. Ninguém é obrigado a gostar de mim. 
 se vive uma vez! E é por isso mesmo que se tem de respeitar os outros e tratá-los bem. Por muito que alguma vez se diga ou faça, há que chamar a atenção, com Educação para que as coisas se resolvam, ou não repitam.
Não é só por se viver uma vez se tem de perdoar tudo, senão  não havia prisões! As coisas não são assim tão lineares. Coisas graves não se resolvem à conta de um cafézinho e uma ida ao parque! E há coisas que não se perdoam, nem se esquecem.
Sempre fui ensinada a resolver as coisas a falar. Pedimos desculpa quando assim tem de ser! Como eu já pedi tantas vezes ao meu marido e aos meus filhos se achei que errei, ou quando me alertam para algum erro. 
Realmente todos nós sabemos o que fazemos. É pena não se assumirem as responsabilidades sem se empurrar tudo aos outros. Se eu sou assim tão má que seja. Nunca me importou o que falaram de mim nem o que pensam de mim. Eu sei quem sou. Não é a opinião dos outros que altera isso! Magoam-me sim. Isso conseguem fazer. E isso faz com que se sintam muito especiais, porque continuam a falar coisas e a inventar mais... mas tudo bem. Tenho costas largas... já me acostumei...
O meu avô sempre disse “não peças das pessoas mais do que o que elas podem dar!” A culpa realmente é minha,por pensar que teriam para dar aquilo que era esperado.
Quem ama respeita. E houve quem nunca me respeitasse. 
Não admito que me ajudem para me andarem a atirar isso à cara e a faltarem-me ao respeito. Sou um ser humano e tenho direitos e um deles é ser feliz. Eu também ajudo da forma que posso e não ando depois a cobrar favores nem a exibir ajudas! 
É o papel nosso papel de ser humano ajudar os outros quando pode. Mas não é o papel de ser humano de usar essa ajuda para fazer o que bem lhe apetece e esperar que não haja consequências.  E nem isso dá o direito de maltratar ninguém! 
E se realmente alguém passar das marcas, mais uma vez me repito, terão de o dizer EDUCADAMENTE!!! É assim que se resolvem as coisas no mundo das pessoas normais e civilizadas. Mas já vi que há mundos completamente à parte. Onde Só se respeita  por interesse. 
Tenho muita coisa escrita que não posso dizer a quem me ofendeu. Mas não tenho mais nada a dizer... porque não vale a pena discutir com portas que nada mudam e nada assumem... 
assim não mando beijos nem desejo muito bem a quem me fez mal.. não sou hipocrita. Não desejo mal a ninguém. Mas pura e simplesmente desprezo quem nunca quis nem quer me ver feliz... 
sinto no fundo pena de quem precisa viver assim, sempre com intrigas e a criar mentiras para que sejam a sua realidade... mas nada posso fazer por eles... estou cansada de tanto diz que diz que e tanta mentira e tanto julgamento... 
só gostava que fossem felizes a ponto de me esquecerem para que eu vivesse finalmente em paz e não incomodada! 


Regresso a casa

E é oficial, abriu a época de férias. O regresso dos “avecs” como muitos dizem. 
O regresso a casa, que já não é a casa de ninguém. O regresso de quem não é de onde vive, nem já é de onde viveu. 
O regresso dos que “vêm para aqui armar-se com os seus carrões e as suas lantejoulas!” O regresso daqueles “que já nem sabem falar português e se armam nos supermercados a falar francês (ou a língua do país onde estão)!” 
Sim talvez muitos tenham necessidade de mostrar isso... mas porque já não se sentem de lado nenhum e como não se sabem exprimir de outra forma, e deixaram o país provavelmente sem nada, querem chegar a mostrar que vale a pena. Querem enganar-se a si próprios e acreditar que valeu a pena. Valeu a pena deixar a família. Valeu a pena deixar os amigos. Valeu a pena deixar a vida dar uma volta tão grande para serem ninguém num país que nunca lhes vais agradecer nada. Mas que lhes paga o sustento e coloca comida na mesa. 

Chegam alguns Espampanantes nos seus BM’s e Mercedes, nos seus carros desportivos que fazem barulho e acordam toda a gente na sua passagem. Mas estão no seu direito, mesmo que incomode muita gente. Porque só o fazem uma vez por ano e querem mostrar aos outros, mesmo que sendo mentira, que são felizes onde se sentem sós, frustrados e cansados. 
E não, nem todos passamos fome para comprar casas e carros. Há quem compre o que pode, quando pode e porque pode e quer. Não, nem todos deixamos de saber falar português, mas com o passar dos anos, torna-se difícil não trocar algumas palavras e tentar recordar as que não usamos mais. 
Mas todos, com ou sem lantejoulas, esperamos o ano inteiro para podermos regressar a casa. Aquele sítio, que apesar de já não sermos de lá, porque a vida continuou sem nós, mesmo assim é o único que conhecemos como a palma da nossa mão. Com o fervor da nossa alma e a paixão do nosso coração. Aquele sítio que defendemos com dentes e garras se for caso disso. A nossa terrinha e o nosso país! Que ensinamos os nossos filhos a amar como se tivessem nascido lá! Mesmo os que não falam bem a língua, têm Portugal nas veias. E não há ninguém que vibre mais com o país do que quem teve de sair e desistir de lutar por ele, mas que levam o nome de Portugal a todos os cantos do mundo, por onde vão ficando. 
Regressamos para ver a família e amigos, que muitas vezes nem um telefonema faz, nem uma mensagem envia, porque quem está fora é que sente mais a falta da vida que deixou... 
A todos nós, que contamos os dias todos para chegar esta altura: boa viagem. Seja por terra, mar ou ar, bom regresso às raízes! Sejamos felizes nestes dias e aproveitemos o que deixámos e pelo que choramos o ano todo! Vai passar rápido, mas teremos de fazer valer a pena! 
Até já Portugal! 💖

terça-feira, maio 22, 2018

Sem saber quem somos

Vivo numa das cidade europeias mais importantes. Onde a mistura de culturas e as diferentes maneiras de encarar o mundo se nota assim que se coloca o pé fora da porta de casa. 

Há mulheres que se vestem como homens, homens que se vestem como mulheres. Uns de forma mais subtil que outros.












Há regras de comportamento que se por uns são quebradas, outros há que vivam para as denunciar. 
Idosos que tomam conta dos netos. Idosos que ninguem toma conta deles. 
Pessoas que vageiam nas ruas a falar com elas próprias, por não terem mais ninguém. Famílias gigantes que cruzam as ruas de Zurique sempre juntos, nem que seja para ir só ao supermercado comprar água. 
Jovens que lêm livros gigantes durante o seu percurso diário para a escola/trabalho, enquanto alguns mais velhos fazem ligações via skype em modo super loud na outra ponta da carruagem. 
Pessoas que conversam umas com as outras, sempre com os auriculares no ouvido. Pessoas que conversam umas com as outras por mensagens sem nunca terem tempo de se ver e outras que só conseguem conversar com o pensamento. 
Jovens sentados nos bancos a comer fast food, com gente mais velha ao lado fazer jogging. 
Homens, tatuados e cheios de piercings com cerveja na mão (e cheiro intenso a alcool de há decadas entranhado na roupa e na pele) vagueiam pelos cantos da cidade com os cães soltos super fiéis aos seus mestres, enquanto que a senhora da mala Michael Kors anda com uma sacola extra super fashion com um pincher la dentro a rosnar a todos que passam.

Indianos, Africanos, Europeus de leste a oeste, de norte a sul, Asiáticos, Norte e Sul Americanos, Latinos, o que for, há por aqui aos molhes. Cada um com a sua bagagem de cultura e maneira de visualizar os outros e o que os rodeia. 
Logo não é possível outra coisa senão uma grande confusão... Mesmo com tanta regra presente no dia-a-dia da vida citadina de Zurique. 
São regras por todo o lado desta cidade. Até na forma como se utiliza o WC. Penso que muitas pessoas que crescem com estes cutitis da vida, não sabem viver sem eles. Se devem sentir perdidos sem elas e, por isso, há aqui tanta gente que nem sabe bem quem é e com uma falha muito grande na cuca!  

Ora vejamos:
As raparigas escolheram uma moda e seguem-na desenfreadamente a ponto de parecerem copias 3D umas das outras. Calças puxadas até ao umbigo (que já na época que isso saiu ficava mal a muita gente), camisola curta por cima. Cabelos longos presos num rabo de cavalo todo pomposo, sapatilhas e aí vão elas. Todas maquilhadas com ar de quarentonas e nem mais de 13 anos devem ter. Esta será a versão porquinha das garotas.  Mas a versão geek desta moda, também é muito visivel. Depois chegam a uma idade mais avançada e já não sabem o que vestir. Andam para aí de sandálias e meias brancas por dentro... Ou de fato treino todas porcas e gordas... 




Mas os rapazes não são muito melhores. Só há duas variantes. Os mitras, com as camisolas de gorro, calças rasgadas, sapatilhas e a andar aos pulinhos (nunca entendi muito bem porquê), cabelos rapados de lado e mais compridos em cima, muita das vezes lambidos para trás, ou mais compridinhos para sacudir a trumfa quando se quer oferecer uma luta simpática a algum estranho que passe. Ah e não esqueçamos as tatuagens e piercings em tudo que é parte de corpo e, por veze,s até um cão grande para intimidar quem se meta com eles! 
E depois os betinhos, com calças rasgadas na mesma, acima do tornozelo, sapatilhas todas nice, e camisolas fashion. As sobrancelhas mais arranjadas do que muita mulher que para aí anda, todos perfumados e aí vai disto! Os penteados também há os lambidos ou então os mais compridos que dá para sacudir a parte da frente quando as babes passam! Depois em velhos, ficam a cheirar mal e com as tatuagens todas descaidas, mas ao menos fizeram o gosto ao dedo em novos!




Ora com esta pressão de desde criança serem independentes e aceites num grupo (aqui os miudos desde a idade pré escolar são por muitos pais e professores obrigados a fazer o caminho de casa-escola sózinhos e os que não fazem, como o meu porque eu não deixo, são vistos como crianças inferiores e com problemas), há tendência para imitar o comportamento, não dos pais nem dos professores, mas daqueles que querem ser seus amigos e acredito, que por isso a infância e adolescência sejam fases cada vez mais difíceis, tanto para os pais, como para os próprios adolescentes. 

Por isso temos tanta juventude a pensar que é alguém, a faltar ao respeito, a verem nas agressões as soluções para todos os seus problemas (além de que filmando isso e partilhando na net, dá muitos likes e seguidores), a se acharem importantes como as estrelas da MTV que tanto idolatram, a serem esquecidos pelos pais, porque dá jeito eles andarem já sozinhos e independentes, quando não se quer cuidar deles. 

A mim ainda me faz confusão, quando ouço as mães dos colegas do meu filho, que estão na primeira classe dizerem: "O meu filho chega a casa, almoça e sai e eu nem sei onde ele anda! E só volta a entrar quando tem fome!"... E já têm esta conversa desde a pré-escola (que pode começar aos 4 anos de idade)
E depois de tudo o que vejo na televisão (raptos, homicidios, desaparecimentos de um lado e psiquiatras do outro a dizer para não fazermos nada aos nossos filhos que els sabem sempre o que querem) fico confusa, sem saber se sou eu que sou muito conservadora e mente fechada, ou elas que são demasiado liberais...


Mas bem, não me quero meter agora por questões mais complexas... Cada um dá a educação que acha correcta. E o resultado logo se verá. 

Como dizia, antes de começar com as minhas divagações, anda tudo a tentar ser uma coisa que não é. Ou em alguns casos a serem aquilo que acham que são, pois na realidade não se encontram a si próprios, perdidos a viver tanta regra e tanto parecer. 
Com os meios de comunicação, aumentou a circulação da imagem da pessoa. A toda a hora somos bombardeados com as novas tendências dos ditos VIP, que nos transporta na ilusão de querermos o que eles têm e, como não conseguimos, ao menos tentamos parecer como eles. Eles próprios que tentam ter sempre uma imagem melhor do que os seus rivais, criando todo um ridiculo em muitos casos. 
E depois essa ilusão nos irá acompanhar a vida toda até sermos os tais idosos que já ninguem vai querer saber, porque é assim que nos estamos a educar uns aos outros (falo na generalidade, claro que graças a Deus à excepções). A não gostarmos de ninguém, só a fingir. A não nos preocuparmos com mais ninguém para além do nosso umbigo. Nem os  filhos são importantes, quando passam a ser vistos como um bloqueio para a vida dos pais. Sejam eles crianças ou adultos. Por isso se enchem as crianças com prendas, dinheiro, ou doces... (Sim, porque o açúcar é um veneno viciante e assim se tenta moldar a criança a estar sempre a nossa espera, por causa dos doces.) E os filhos adultos com falsas promessas e falsos comportamentos quando, seja porque motivo for, os pais necessitam dos filhos de novo. 


Anyway... tudo à nossa volta seria um bom aliciante para termos uma melhor identidade. Somos mais informados, temos cada vez mais uma maior igualdade de acesso (nem sempre, eu sei, mas muito melhor que há 20 anos atrás), temos mais aparelhos que nos permitem facilitar a vida. Então o que se passa? Porque estamos tão perdidos? 

Por isso mesmo. Pela facilidade da vida e pela dificuldade em vivê-la. Com tanta coisa que temos de ter e os preços que essas coisas têm, temos de trabalhar mais. Nos tempos livres temos de ter tempo para as coisas que temos de ter, pois ao fim ao cabo se gastou tanto dinheiro nisso. Acabamos por nos esquecer do mais importante:
Aquilo que somos. Aquilo que faz de nós o que nós somos -> Nós próprios e os que nos rodeiam, que nos amam e respeitam. 

E assim andamos perdidos. Não só nesta cidade. Mas no Mundo... E na vida... A vida que dizem ser nossa, mas que todos esses aparelhos, os governos, os patrões vivem por nós. A vida que já não sabemos se é nossa. A vida de quem já sequer sabe quem é...













terça-feira, fevereiro 06, 2018

Sê tudo para o mundo não para ti

Não mexas nisso. Não vás por aí. / Vai para a escola. Faz os trabalhos de casa. Arruma o quarto. Assim começa. Depois se nos habituamos a isso e deixamos os outros habituados nunca acaba. Só aumenta....


Tira boas notas. Faz bons amigos. Não mintas. Sê boa pessoa. Ajuda os outros mesmo que não te ajudem. Não discutas com a tua irmã. Não fales assim. Vai visitar a tua avó e não sejas antipatica. 

Tira um curso. Não chumbes. Não vás para veterinária porque és melhor em línguas. Vai para jornalismo que és comunicativa. /


Prepara-te para te despedires da tua avó (materna). Não a vejas assim. sê forte. Tem calma. Ela vai ver-te lá de cima... 

prepara-te agora vão-te buscar. O teu pai morreu. Liga a tua avó para lhe contares -ela já sabia. Arruma as flores debaixo do caixao - a sério?!. Não chores. Sê forte. Tem calma. Ele vê-te lá de cima. Sê o que ele queria que fosses. Ponham as minhas flores com ele - ninguém me ouve... a mim nunca me ouvem...

não chores... vai a um psiquiatra. Trata-te. Não fales disso. Sê forte. 

Prepara-te o teu avô matou-se. Não ouças música parece mal. Sê forte ele fez o que queria. Não chores. Tem calma. 

A vida continua. Muda de rumo. Isso não é desculpa. Toda a gente sofre. Sê forte. /


Muda de país. Casa-te. Já casaste? Tem um filho! Já tiveste um filho? Onde está a mana? -Já?! Ainda agora o tive... /


Obedece-me a mim não a tua mãe. O meu segundo filho. Pois... tem de passar por cima de mim mesmo! Discutam comigo vá! Já está? Só se consegue isso? Ok! Então agora sigam as vossas vidas e não me aborreçam mais. -não consegues.... /


Ah tiveste um rapaz? Quando vem a irmã pros meninos? - Quê?! Tenham-na vocês!!! 

Sê dona de casa. Sê profissional. Não fiques em casa só com os miúdos isso já não se faz. Trabalha. - só vou porque tenho que pagar as contas. 

Paga as contas. Sê adulta. Sê responsável. O bebe não dorme? Tem calma. Sê forte. Sê mãe. Deixa-o chorar. Não o adormeças ao colo. Deixa-o gritar. - ninguém mais tem nada para me dizer a sério?! 


A vida é assim: tem o dom de nos fazer pequenininhos para o mundo. E com o tempo aquela miúda com o coração de ouro que sonhava que se fartava, que se sentia a mais especial do planeta terra, queimou-se muito e agora o coração não sonha para ela. Uma parte do coração está à sombra e a outra parte brilha para as suas duas responsabilidades mais importantes. Um dia há-de voltar a brilhar para ela própria. Só espero que não seja demasiado tarde. 






quinta-feira, maio 18, 2017

Ser mãe

Agora uma nova fase da minha vida se iniciou. Sou mãe, não de um rapaz, mas de dois. 
Claro que todos assumem que ser mãe de segunda viagem é mais fácil; já se tem a experiência do filho mais velho... 
mas lamento não é mais fácil! 
Primeiro porque não se tem tanto tempo para desfrutar do membro mais recente. O filho mais velho também precisa de nós e de atenção. Uns mais que outros. No meu caso, nem me posso queixar muito, apesar de por vezes haver situações mais complicadas: 5 da manhã, bebe chama por mim, tem fome e quer mamar. Levanto-me e começo a alimentar o rapaz. 5:05, filho mais velho acorda de um pesadelo e grita por mim...  como é que eu podia parar de alimentar um para socorrer o outro?... por isso não, não é mais fácil. Teve de ir o pai atender o pânico de que a cama iria cair e eu a sentir-me mal porque não consegui atender aos dois ao mesmo tempo. E pela primeira vez não fui eu a tranquilizar a minha cria mais velha.
Isto será um pequeno exemplo. E como disse nem me posso queixar muito, porque o rapaz mais velho já tem 6 anos e, como sempre quis um irmão, não tem cenas de ciúmes, nem busca constantemente atenção. Até tenta ajudar a tomar conta dele. 

Mas é uma criança. Um miúdo que se gruda muito à minha saia (confesso que adoro esta nossa dependência mútua - mas isso já são histórias para outro post). Assim é normal que me venha dar beijos, quando estou a dar de mamar. Que me puxe o braço pra lhe dar atenção, se troco a fralda. Que se meta à frente do irmão, quando falamos no skype com a família  e tantas outras pequeninas coisas que se nota que precisa da nossa atenção.

Depois há toda uma alteração no dia a dia. Levar o filho mais velho demora um pouco mais, porque não se tem de preparar um miúdo só, são dois agora. Vestir um, dizer mil vezes ao mais velho que se vista e em desespero, acabar por sermos nós a vestir o mais velho também.
Trocar fraldas a um, dar de mamar. Preparar o lanche da escola. Preparar o pequeno almoço. Preparar o meu pequeno almoço. Vestir-me à pressa e nalgumas vezes sem sequer me pentear...  E tudo isto em modo robô porque levantar durante a noite é agora o lema da minha vida...
Ah e no meio disto tudo os cães têm de fazer as suas necessidades e ser alimentados. 
O mais estranho é que apesar disto tudo ainda não perdi o peso todo da gravidez... 😂😂

Depois para além de tudo isto, quando passa muito tempo, como no meu caso, nós mães, sem ser por mal, esquecermo-nos um pouco do que era tomar conta de um bebe. Vamo-nos lembrando conforme fazemos as coisas. E, ao contrário do que muitos me diziam, o segundo nós deixamos de ter tantas preocupações como do primeiro. Não é bem assim. Por ter tido o mais velho há seis anos, era mais nova e não tinha tantos problemas como agora. Fazia viagens grandes de horas de carro com o pequeno nos primeiros meses. Este Ainda não saiu da Suíça! Também quando sair fará uma viagem Ainda maior mas pronto... 
E depois, apesar de já termos tido um filho. Todos nós somos diferentes. Os bebes são diferentes. Têm necessidades diferentes e comportamentos diferentes e, nós mães temos de nos adaptar e aprender com eles tudo de novo. 
Por isso ser mãe de segunda viagem não é mais fácil, nem digo que será mais difícil. Depende de caso para caso. Mas diria que é tão cansativo como ser mãe de primeira viagem, assim como é tão gratificante e transformador. 

Por isso enganem-se as mães que vão para o segundo filho, que a coisa é mais fácil. A gravidez será diferente. O parto também e não necessariamente sempre mais fácil como dizem. A recuperação é diferente também. Vão haver mais despesas agora. A dobrar. E o novo bebe que trouxeram ao mundo, também é diferente e vai precisar de vocês de maneira diferente a par com a criança que vocês já tão bem conhecem!

Mas vale tudo a pena quando se ouve "és a minha mãe preferida; gosto muito de ti até ao gigante e depois" e ao mesmo tempo um bebe que nem quase segura a cabeça solta um sorriso gigante para não te sentires mal com as noites mal dormidas! 
Isto sim é amor. Isto sim é viver a vida e, apesar de cansada e com alguns problemas, valerá bem a pena! 

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Loving can hurt

Fotografias guardam as nossas memórias. São bocados de papel, são pixels em cartões de memória, cd's e servidores... são partes da nossa vida em que momentos ficaram congelados para que quando olhássemos nos recordássemos da nossa vida. De momentos da nossa vida. Onde nada nos magoa. Onde todos nos adoram, mesmo que assim não seja... 
o amor magoa. Mas mesmo assim não conseguimos viver sem ele. E Ainda o congelamos nesses bocados de memórias... 
para não nos sentirmos sozinhos. Para esperarmos que mesmo que a vida nos magoe, aquele bocado da nossa vida nos traga sossego... 
Por muitas memórias congeladas dessas  eu continuo a sentir-me magoada. E a vida não é esse momento em que sorriamos todos. Quem não aparece na nossa vida a não ser nessas fotos ora sempre fazer falta...
E não é por olhar pra ele na foto que me faz sentir melhor.... faz-me sentir mais só Ainda. Fazes-me falta. Desde o dia que te tiraram de mim. Porque eras só meu...
Eras o meu protector. Meu conselheiro. E agora?!
Onde estás?! Em lado nenhum... e eu como fico?! 
Sei que sou egoista... o teu amor fez-me assim. Sempre gostaste de mim por quem era. Não preciso de ver isso em foto nenhuma... eu sei.
Nunca pediste nada a mais de mim. Aceitaste os meus defeitos sem me comparar a ninguém. Sem exigir que mudasse. E sempre do meu lado. 
Eu sempre fui a menina dos teus olhos. E agora não tenho olhos desses para ser de alguém... agora sou de mim mesma e é horrível... preciso de ti... do teu amor da tua proteção. 
Não sou adulta nem forte suficiente para fazer as coisas sozinha. Não merecias ir tão cedo. Nem eu merecia ficar aqui sozinha. A querer agradar toda a gente e a não agradar ninguem... a ser só mais uma no meio da multidão. A já não ser especial... a não ser a menina dos olhos de ninguém... 
o amor magoa... e o saber que nunca na vida alguém me amará como tu Ainda mais! 
Nunca vou conseguir ser totalmente feliz nem perto disso. Por muito que ame os meus filhos eles não me irão amar como tu. Como eu os amo a eles. Como tu me ensinaste a amar... porque hoje ninguém ama assim como nós. Com tudo. A dar tudo e a receber nada comparado com o tudo que esperamos... 
Sinto a tua falta e espero sempre que como nos filmes chegues a casa e foi tudo mentira!
Aquele momento que congelo na memória, sem fotos, porque não existe; em que te vejo novamente, pai.... 







quinta-feira, setembro 01, 2016

Competição entre pais ao mais alto nível!

Pois é! Ontem foi a reunião de Pais na escola do Diogo. A primeira deste segundo ano de pré escola. Foi engraçado ver de novo a mesma história do que vão fazer com os nossos filhos. Afinal já é o segundo ano que ele lá está. Não vai ser muito diferente do anterior. Até os peluches são os mesmos.
Só há algumas novidades. Agora existe a cadeira da tristeza. Quando a criança se sente deprimida por algum motivo, pode-se sentar na cadeira e tem direito a lencinhos para limpar o muco e as lágrimas, bem como a um saquinho com cheiro a laranja, diz que é para acalmar.
Nunca experimentei essa. A próxima vez que chorar vou inalar laranja até ficar contente de novo....

Anyway. Até aqui tudo engraçado, mas depois chega aquela parte engraçada, em que os Pais têm de apresentar os filhos. Quem eles são e o que gostam de fazer. São todos filhos perfeitos que aforam o ar livre e brincam Horas a fim na rua de bicicleta e com os amigos. Eu até acreditava que isso seria assim o tempo todo, não fosse estarmos na Suiça e aqui chover muito mais do que haver dias em que possam estar na rua a brincar com os amigos.

Mas se calhar nao se importam que os filhos andem a chafurdar na lama cheios de frio. A mentalidade aqui é outra. Eu é que sou estranhamente a única mãe que diz: O meu filho o que mais gosta é do tablet. Ele adora brincar na rua, mas desde que não haja nada electrónico perto, porque senao ele vai preferir isso. E até na rua, ele prefere perseguir os Pokémons do que molhar os sapatos nas possas de água!

Aqui já todos me olharam de lado. Quem mãe horrivel, o filho utiliza o tablet!!! que Horror. Acredito seriamente que sou a única! A única que nao tem medo de admitir que o filho utiliza as Novas tecnologias. E que esse é um bom Babysitter durante o tempo em que preparo o jantar e não posso brincar com o pequeno. Que me julguem não há problema. O meu graças a isso, sabe para além do alemão e da sua lingua materna, inglês! Não só palavras soltas. Frases inteiras! Tudo com Peso e medida e bem utilizado serve de ferramenta de aprendizagem!

Mas enfim... Aqui só começou a pequena competição do "o meu filho é melhor que o teu!" e "eu sou melhor pai/mãe que tu"!

A parte Boa da noite foi quando a professora mostrou a esquina dos brilhantes, colas, marcadores, estrelinhas, folhas e tantos outros motivos de decoração e soltou a frase: "está na altura dos trabalhos manuais"!
Até me teria rido, se o meu filho estivesse ao meu lado e eu soubesse que só teria de o ajudar. Ou se eu estivesse em casa com o meu copo de vinho (que Agora por estar grávida, nem posso segurar) a pintar ou desenhar com o rapaz para seu entretém, ao som de músicas infantis intervaladas com música adulta para não perder o juízo a meio da pintura!

Mas não... Como disse... reunião de Pais. Filhos não são permitidos! Como não temos ama, nem familiar nenhum por estes lados, o meu marido voltou a livrar-se da seca! Mas o ano anterior não tinha havido Destas coisas... Foi uma inovação, a qual não encontrei sentido nenhum. Pintar, colar desenhar Sem crianças por perto?

Mas à medida que fui vendo a reação dos Pais e o empenho nas suas obras primas percebi o sentido: Competição!

No mundo andamos sempre a competir e até os nossos filhos passam a ser motivo disso. Bem eu recuso-me a participar nesse esquema.
Coitado do pequeno quando vir a caixa que a mãe, que sempre tirou más Notas a trabalhos manuais, lhe deixou lá esbaforida com meia dúzia de brilhantes que sobraram dos Pais profissionais. Com uma espiral de duas cores, porque a tinta da primeira caneta acabou e só duas folhitas para dizer que gosta do ar livre!
E mesmo isso nem sabem o trabalho que me deu a colar. Fiquei cheia de brilhantes e Cola na roupa.

Enquanto eu me debatia entre colar os dedos e as estrelinhas, ouvia Pais dizerem: "pega aqueles brilhantes, os outros têm mais. O nosso é muito minimalista!"; "eu preciso de cor de rosa, a minha filha adora cor de rosa. consegui cor de rosa, Agora os diamantes para a princesa, tem de ficar perfeito"; "O que escreveste na tua caixa? - enquanto no cérebro só soava ah eu vou escrever melhor que tu! a minha caixa é melhor!"....

Rídiculo. Era suposto ser uma prenda dos Pais para os filhos, mas acabou por mostrar o que realmente os Pais pensam uns dos outros, enquanto na porta da escola esperam pelos seus filhos. Os sorrisos escondem sempre a ideia de que são sempre melhores e os seus filhos também!

Claro que o meu filho é o melhor para mim. Mas sei que ele não é o melhor de todos e nem tem de ser. Ele só tem de ser o melhor para ele próprio. É isso que para mim importa! Não se ele consegue cantar melhor que outro, ou se ele vai tirar melhores Notas que os outros, se vai ser doutor ou não.

Sim quero que tire boas Notas, mas por ele mesmo. Para ele conseguir ter as bases que necessita para a vida dele. Não para ser melhor que o vizinho do lado. O importante para mim é que tenha carácter suficiente para tanto ajudar o vizinho a ser melhor, como para elogiá-lo quando o outro é melhor!